Preparação em equipa de um guião para uma entrevista. Este guião, será posteriormente, discutido no fórum, com o objectivo de definirmos um guião único, que deverá ser utilizado na realização das entrevistas no terreno. As entrevistas são semi-estruturadas e inserem-se num estudo de caso sobre as representações de professores do ensino básico/secundário (a amostra serão colegas vossos, estamos a forçar um pouco o caso, mas é para efeitos de trabalho prático).
São três as questões de investigação:
1 - O que pensam esses professores sobre as redes sociais, como por exemplo o Facebook, Myspace, Hi5, Twitter, etc? - Jorge
2 - Como é que vêm a sua (hipotética/real) participação numa rede social? - Natália
3 - Que expectativas têm sobre o seu uso no ensino? - Me & Liliana
Fase 6 - De 05 a 11 de Dezembro: Apresentação dos guiões e sua discussão para construção do guião comum.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Fase 5 - De 28 a 04 de Dezembro
domingo, 27 de novembro de 2011
Entrevistas
Como caracterizar as entrevistas quanto ao número de sujeitos inquiridos?
Quanto ao número de sujeitos inquiridos distinguem-se os seguintes tipos de entrevistas:
Individual, entrevista centrada num dispositivo de recolha de informação
Grupo
Como se podem diferenciar as entrevistas relativamente aos temas em análise?
Quanto aos temas em análise distinguem-se os seguintes tipos de entrevistas:
Entrevista de Controlo, por exemplo, entrevistas pós-experimentais que verificam a verossimilhança da situação experimental, o que significa que a entrevista não é o instrumento ou técnica principal
Entrevista de Verificação, da evolução de um determinado domínio da nossa investigação
Entrevista de Aprofundamento, de temas que não consideramos suficientemente explicados
Entrevista de Exploração, de um domínio que não conhecemos
Como diferenciar entrevistas quanto à estruturação?
Quanto à estruturação distinguem-se os seguintes tipos de entrevistas:
Estruturada, realizada através de questionários aplicados directa ou indirectamente.
Não-estruturada, História oral, História de vida e Narrativas.
Semi-estruturada, combina perguntas fechadas e abertas, onde o entrevistado tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto, sem respostas ou condições prefixadas pelo pesquisador.
Como construir um guião para uma entrevista?
Um Guião de Entrevista é uma forma de organizar a entrevista e recolher os dados. No guião devem estar definidas as questões e a sequência destas. As questões encontram-se previamente definidas. Na elaboração de um guião de entrevista devem ser percorridas as seguintes etapas:
1. Descrição do sujeito a entrevistar
2. Definição do tema específico da entrevista e objectivos a alcançar
3. Definição de formas de operacionalizar a entrevista:
4. Definição das perguntas a serem colocadas. Aspectos a ter em consideração:
Perguntas adequadas ao tema e objectivo do tema
Perguntas adequadas aos entrevistados (claras, acessíveis, rigorosas)
Perguntas abertas e fechadas
Total do número de perguntas
Sequência das perguntas
Agrupamento de perguntas
Se adequado, palavras-chave para as respostas
Se adequado, perguntas de aprofundamento
5. Elaboração do guião, propriamente dito contém:
Cabeçalho de identificação da Entrevista (Instituição, proponentes, tema, data)
Apresentação sintética do tema e objectivos da entrevista
Estruturação das perguntas
Formatação cuidada do documento
6. Validação do guião de entrevista
Referências
http://www.cienciaviva.pt/rede/risco2004/entrevistas/guiao.pdf http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/metinvII/entrevista.pdf http://claracoutinho.wikispaces.com/Como+Inquirir%3F
Quanto ao número de sujeitos inquiridos distinguem-se os seguintes tipos de entrevistas:
Individual, entrevista centrada num dispositivo de recolha de informação
Grupo
- Social, um sujeito (ou vários) é avaliado por um ou mais entrevistadores, de uma forma informal
- Painel, um sujeito é inquirido por vários entrevistadores
Como se podem diferenciar as entrevistas relativamente aos temas em análise?
Quanto aos temas em análise distinguem-se os seguintes tipos de entrevistas:
Entrevista de Controlo, por exemplo, entrevistas pós-experimentais que verificam a verossimilhança da situação experimental, o que significa que a entrevista não é o instrumento ou técnica principal
Entrevista de Verificação, da evolução de um determinado domínio da nossa investigação
Entrevista de Aprofundamento, de temas que não consideramos suficientemente explicados
Entrevista de Exploração, de um domínio que não conhecemos
Como diferenciar entrevistas quanto à estruturação?
Quanto à estruturação distinguem-se os seguintes tipos de entrevistas:
Estruturada, realizada através de questionários aplicados directa ou indirectamente.
Não-estruturada, História oral, História de vida e Narrativas.
Semi-estruturada, combina perguntas fechadas e abertas, onde o entrevistado tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto, sem respostas ou condições prefixadas pelo pesquisador.
Como construir um guião para uma entrevista?
Um Guião de Entrevista é uma forma de organizar a entrevista e recolher os dados. No guião devem estar definidas as questões e a sequência destas. As questões encontram-se previamente definidas. Na elaboração de um guião de entrevista devem ser percorridas as seguintes etapas:
1. Descrição do sujeito a entrevistar
2. Definição do tema específico da entrevista e objectivos a alcançar
3. Definição de formas de operacionalizar a entrevista:
- espaço físico: sala de aula, sala de reuniões, ambiente do entrevistador ou do entrevistado
- espaço temporal: quando e com que duração
4. Definição das perguntas a serem colocadas. Aspectos a ter em consideração:
Perguntas adequadas ao tema e objectivo do tema
Perguntas adequadas aos entrevistados (claras, acessíveis, rigorosas)
Perguntas abertas e fechadas
Total do número de perguntas
Sequência das perguntas
Agrupamento de perguntas
Se adequado, palavras-chave para as respostas
Se adequado, perguntas de aprofundamento
5. Elaboração do guião, propriamente dito contém:
Cabeçalho de identificação da Entrevista (Instituição, proponentes, tema, data)
Apresentação sintética do tema e objectivos da entrevista
Estruturação das perguntas
Formatação cuidada do documento
6. Validação do guião de entrevista
Referências
http://www.cienciaviva.pt/rede/risco2004/entrevistas/guiao.pdf http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/metinvII/entrevista.pdf http://claracoutinho.wikispaces.com/Como+Inquirir%3F
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
No capítulo da explicitação da metodologia usada há indicações sobre o modo de tratamento dos dados obtidos com a aplicação do questionário?
Os dados foram tratados e analisados tendo em vista os objectivos de investigação previamente definidos. Para análise estatística recorreu-se ao programa de computador Excel, sendo os resultados apresentados, sempre que útil, na sua perspectiva percentual.
São indicados os passos que estiveram subjacentes à construção do questionário?
A definição da amostra foi fundamentada. É referido que o questionário foi validado, com reformulação das questões 11 e 12, mas não se explica como se chegou às perguntas, estando implícito que estas decorrem dos objectivos da pesquisa, que são indicados.
A amostra é claramente identificada?
Sim. São identificadas as escolas:
Distrito do Porto:
• Escola Secundária de Lousada;
• Escola Básica 2,3 da Agrela;
• Escola Secundária de Felgueiras.
Distrito de Bragança:
• Escola Secundária de Carrazeda de Ansiães;
• Escola Básica 2,3 de Vila Flor.
A autora explica estes dois grupos permitiam comparar o interior com o litoral.
Distrito do Porto:
• Escola Secundária de Lousada;
• Escola Básica 2,3 da Agrela;
• Escola Secundária de Felgueiras.
Distrito de Bragança:
• Escola Secundária de Carrazeda de Ansiães;
• Escola Básica 2,3 de Vila Flor.
A autora explica estes dois grupos permitiam comparar o interior com o litoral.
domingo, 20 de novembro de 2011
Recursos para a construção de questionários online
http://www.qualtrics.com/ Exemplo
https://docs.google.com Exemplo
http://www.esurveyspro.com/Features.aspx
http://www.freeonlinesurveys.com/free-online-forms/
http://www.limesurvey.org/en/about-limesurvey/features
http://www.questionpro.com/a/showFeatures.do
http://pt.surveymonkey.com/pricing/details?ut_source=header
https://www.survs.com/pricing-complete/
https://docs.google.com Exemplo
http://www.esurveyspro.com/Features.aspx
http://www.freeonlinesurveys.com/free-online-forms/
http://www.limesurvey.org/en/about-limesurvey/features
http://www.questionpro.com/a/showFeatures.do
http://pt.surveymonkey.com/pricing/details?ut_source=header
https://www.survs.com/pricing-complete/
Jorge Soares
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Vantagens e Desvantagens dos Questionários
Vantagens
Possibilitam uma recolha eficaz de informação sobre um grande número de indivíduos;
Permitem uma comparação precisa entre as respostas dos indivíduos.
Desvantagens
O material coligido pode ser superficial;
Quando um questionário é muito padronizado, podem escapar diferenças entre os pontos de vista dos inquiridos;
As respostas podem ser o que as pessoas dizem acreditar e não o que realmente pensam;
Nata se sabe sobre os que responderam NS/NR ou simplesmente não responderam ao questionário.
GIDDENS, ANTHONY, (2000), Sociologia, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
Possibilitam uma recolha eficaz de informação sobre um grande número de indivíduos;
Permitem uma comparação precisa entre as respostas dos indivíduos.
Desvantagens
O material coligido pode ser superficial;
Quando um questionário é muito padronizado, podem escapar diferenças entre os pontos de vista dos inquiridos;
As respostas podem ser o que as pessoas dizem acreditar e não o que realmente pensam;
Nata se sabe sobre os que responderam NS/NR ou simplesmente não responderam ao questionário.
GIDDENS, ANTHONY, (2000), Sociologia, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
Os questionários como ferramenta de recolha de dados
Sobre este tópico existem muitos textos na Internet:
http://xa.yimg.com/kq/groups/22703089/875888180/name/artigo+question%C3%A1rio.pdf
Como não posso referir-me a tudo, escolherei apenas alguns aspectos.
Frequentemente distinguem-se Questões ABERTAS de Questões FECHADAS, mas raramente se pensa num modelo de perguntas que compatibilize as vantagens de ambos os tipos de questões e minimize as suas desvantagens. Se a uma Questão FECHADA se acrescentar uma opção aberta (um espaço em branco permitindo a indicação de OUTRA razão) obtém-se uma questão SEMI-ABERTA OU SEMI-FECHADA, que do meu ponto de vista é mais eficaz que qualquer dos modelos anteriores. Se o questionário estiver bem pensado, estarão previstas as hipóteses quase todas na parte fechada, e então o apuramento dos dados será quase tão rápido como se só tivesse questões fechadas. Para tratamento destes dados a ferramenta mais indicada é SPSS - www.spss.com - que em Portugal quase ninguém conhece. Este software permite cruzar as respostas obtidas numas questões, com as obtidas noutras, o que não é possível fazer no Excel. Imaginem que gostariam de comparar os rapazes com as raparigas que gostam de Matemática em diversos níveis etários! Têm toda a informação na base de dados, mas em colunas diferentes!
Quanto às respostas abertas (itens OUTRAS) seria necessário recortar as principais ideias veiculadas com frequência, agrupando as respostas em categorias significativas (distintas das outras e homogéneas). Este recorte de ideias principais é referido por BARDIN como "Análise Temática".
http://xa.yimg.com/kq/groups/22703089/875888180/name/artigo+question%C3%A1rio.pdf
Como não posso referir-me a tudo, escolherei apenas alguns aspectos.
Frequentemente distinguem-se Questões ABERTAS de Questões FECHADAS, mas raramente se pensa num modelo de perguntas que compatibilize as vantagens de ambos os tipos de questões e minimize as suas desvantagens. Se a uma Questão FECHADA se acrescentar uma opção aberta (um espaço em branco permitindo a indicação de OUTRA razão) obtém-se uma questão SEMI-ABERTA OU SEMI-FECHADA, que do meu ponto de vista é mais eficaz que qualquer dos modelos anteriores. Se o questionário estiver bem pensado, estarão previstas as hipóteses quase todas na parte fechada, e então o apuramento dos dados será quase tão rápido como se só tivesse questões fechadas. Para tratamento destes dados a ferramenta mais indicada é SPSS - www.spss.com - que em Portugal quase ninguém conhece. Este software permite cruzar as respostas obtidas numas questões, com as obtidas noutras, o que não é possível fazer no Excel. Imaginem que gostariam de comparar os rapazes com as raparigas que gostam de Matemática em diversos níveis etários! Têm toda a informação na base de dados, mas em colunas diferentes!
Quanto às respostas abertas (itens OUTRAS) seria necessário recortar as principais ideias veiculadas com frequência, agrupando as respostas em categorias significativas (distintas das outras e homogéneas). Este recorte de ideias principais é referido por BARDIN como "Análise Temática".
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Métodos de Investigação em Sociologia
- Muni-vos daquilo que é indispensável e procedei como é preciso proceder, obtereis então aquilo que desejais obter. Não admitais nada que não seja verdadeiramente evidente (quer dizer, apenas aquilo que deveis admitir); dividi o assunto segundo as parte requeridas (quer dizer, fazei o que deveis fazer); procedei por ordem (quer dizer, a ordem pela qual deveis proceder); fazei enumerações completas (quer dizer, aquelas que deveis fazer): é exactamente assim que procedem as pessoas que dizem se preciso procurar o bem e evitar o mal. Tudo isto, está sem dúvida, certo. Simplesmente faltam os critérios do bem e do mal.
Leibniz, citado por Pierre Bordieu, em “O Poder Simbólico”
sábado, 12 de novembro de 2011
Projecto Cidália 2006
Questões colocadas ao Grupo E-Sophi@ sobre dissertação de Mestrado de Cidália Neto (2006) intitulada O papel da Internet no processo de construção de conhecimento.
São apresentados claramente os objectivos de investigação que presidiram à elaboração do questionário?
São indicados os passos que estiveram subjacentes à construção do questionário?
A amostra é claramente identificada?
É indicado o método usado na definição da amostra?
O questionário usado foi objecto de validação prévia?
No capítulo da explicitação da metodologia usada há indicações sobre o modo de tratamento dos dados obtidos com a aplicação do questionário?
São apresentados claramente os objectivos de investigação que presidiram à elaboração do questionário?
São indicados os passos que estiveram subjacentes à construção do questionário?
A amostra é claramente identificada?
É indicado o método usado na definição da amostra?
O questionário usado foi objecto de validação prévia?
No capítulo da explicitação da metodologia usada há indicações sobre o modo de tratamento dos dados obtidos com a aplicação do questionário?
São apresentados claramente os objectivos de investigação que presidiram à elaboração do questionário?
A tese explicita os objectivos da investigação, referindo designadamente:
- Alguns anos se passaram sobre a introdução dos primeiros computadores nas escolas. Novas formas de abordar as NTIC foram desenvolvidas e multiplicaram-se esforços para tornar o computador acessível a toda a comunidade escolar. É altura de verificarmos a validade dos pressupostos enumerados.
• Verificar a facilidade de acesso (ou não) à Internet.
• Verificar a frequência de acesso à rede.
• Apurar as razões de uma fraca navegação na Internet (se for o caso).
• Identificar os interesses que motivam o acesso à rede.
• Caracterizar a relação dos dois grupos com a Internet, em termos técnicos.
• Identificar as representações que os actores educativos têm acerca dos conteúdos presentes na Rede e sua organização.
• Verificar o grau de importância atribuída à Internet.
• Aquilatar o grau de confiança relativamente aos conteúdos que circulam na Internet.
• Comparar as perspectivas e práticas dos dois grupos alvo.
sábado, 5 de novembro de 2011
Os Paradigmas Positivista e Interpretativo
No contexto do paradigma positivista, o objecto geral da investigação é definido em termos de comportamento; o investigador que utiliza categorias de classificação predeterminadas para a observação destes comportamentos, “pressupõe uma uniformidade de relações entre a forma do comportamento e o seu significado, de modo que o observador pode reconhecer o significado de um comportamento sempre que este se produz” (Erickson, 1986:132). Este postulado, decalcado da “uniformidade da natureza”, foi tomado de empréstimo às ciências naturais pelos investigadores positivistas das ciências sociais e pressupõe que:
“os animais e os átomos manifestam comportamentos (“behave”) de modo constante quando em circunstâncias idênticas. Além disso, o comportamento de uma pessoa dirigido para uma outra pode ser considerado como uma causa de mudança nesta última” (Erickson, 1986:126).
O positivismo reconhece que:
- o mundo social é inacessível na sua essência; só o mundo dos factos é cientificamente analisável (fenomenalismo); “os factos devem ser tomados como coisas”, na expressão de Durkheim;
- o mundo subjectivo, o da consciência, da intuição e dos valores, escapa, como tal à ciência (objectivismo);
- a observação exterior, o teste empírico objectivo, é o único guia das teorias científicas, sendo a compreensão e a introspecção rejeitadas como métodos não passíveis de controlo (empirismo);
- a noção de lei geral encontra-se no centro do programa positivista, modelo simples e eficaz que justifica uma classe determinada de fenómenos (nomotetismo);
- o conhecimento das estruturas essenciais e das causas fundamentais e finais é ilusório. O sinal de um conhecimento verdadeiro é a sua capacidade de predizer acontecimentos que pertencem à esfera da pertinência das leis que estabeleceu (previsionismo) (Herman, 1983:10).
Os partidários deste tipo de investigação manifestam um grande interesse pela medição da eficácia no ensino. De um ponto de vista teórico, este tipo de investigação postula “que aquilo que é comum às classes vai emergir dos diferentes estudos e que as variações subtis entre classes são insignificantes e serão eliminadas durante a análise onde serão tratadas como erro de variância” (Erickson, 1986:131).
O paradigma positivista prescreve a uniformidade da vida social através dos comportamentos normalizados e dos seus significados, visando a descoberta e verificação de leis gerais; o individual é considerado sem interesse e não significativo em si mesmo.
No contexto do paradigma interpretativo, o objecto de análise é definido em termos de acção, uma acção que abrange o comportamento físico e ainda os significados que lhe atribuem o actor e aqueles que interagem com ele. Sublinha-se que este corresponde ao conceito weberiano de acção social, uma vez que é a referência aos outros que a dota de significado. Face ao objecto acção-significado (“meaning-in-action”), o investigador postula uma variabilidade das relações entre formas de comportamento e os significados que os actores lhes atribuem através das suas interacções sociais. Em suma, comportamentos idênticos de um ponto de vista físico podem expressar significados diferentes e mutantes de uma perspectiva social, como é o caso dos comportamentos que manifestam a identidade social, o papel ou o estatuto dos actores numa classe ou numa escola. O trabalho do investigador centra-se nesta variabilidade das relações “acção-significado” e visa ao nível do pólo teórico, a descoberta “de esquemas específicos da identidade social de um dado grupo” (Erickson, 1986:132).
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Organização de um trabalho de investigação
Voltando a responder à diferença entre questões e problemática. Imaginem que estavam a redigir a vossa tese. Provavelmente uma boa estrutura da tese não divergirá em muito do modelo que apresento abaixo em 5 partes:
1ª PARTE
Considerações + Objecto de estudo + Interesse para as análises sociológicas sobre as questões educativas + Originalidade do trabalho
2ª PARTE
Problemática teórica + Investigação exploratória + Modelos analíticos + Hipóteses formuladas
3ª PARTE
Métodos e técnicas + Análise crítica
4ª PARTE
Interpretação sociológica
5ª PARTE
Conclusões
As questões centrais que justificam o trabalho terão de ser apresentadas logo na Introdução. São a razão de ser do próprio trabalho. Exemplo: em que medida o MCEM corresponde ás expectativas dos estudantes?
Na problemática, seriam discutidas questões polémicas como: porquê adoptar determinado modelo teórico, como limitar o objecto de estudo, problemas que se colocam a uma recolha de dados "ideal", ou continuando o exemplo imaginem os problemas que teríamos em operacionalizar as "expectativas dos estudantes", até porque não têm que ser semelhantes para todos.
1ª PARTE
Considerações + Objecto de estudo + Interesse para as análises sociológicas sobre as questões educativas + Originalidade do trabalho
2ª PARTE
Problemática teórica + Investigação exploratória + Modelos analíticos + Hipóteses formuladas
3ª PARTE
Métodos e técnicas + Análise crítica
4ª PARTE
Interpretação sociológica
5ª PARTE
Conclusões
As questões centrais que justificam o trabalho terão de ser apresentadas logo na Introdução. São a razão de ser do próprio trabalho. Exemplo: em que medida o MCEM corresponde ás expectativas dos estudantes?
Na problemática, seriam discutidas questões polémicas como: porquê adoptar determinado modelo teórico, como limitar o objecto de estudo, problemas que se colocam a uma recolha de dados "ideal", ou continuando o exemplo imaginem os problemas que teríamos em operacionalizar as "expectativas dos estudantes", até porque não têm que ser semelhantes para todos.
A média como representação da realidade e nossos próprios limites cognitivos, como obstáculos à investigação em educação
Gostaria de levantar o problema da média como representação da realidade e nossos próprios limites cognitivos, como obstáculos à investigação em educação.
Concretizando, em Portugal, o PÚBLICO começou a publicar os rankings de escolas, ordenando-as pelas médias de exame, em Agosto de 2001, sendo seguido posteriormente pela restante imprensa. É utilizado um método extensivo (quantitativo), que utiliza todas as classificações dos exames nacionais para no final produzir mapas que nos indicam que nas escolas do litoral, em concelhos com maior poder de compra e mais concorrência entre as escolas, os alunos têm melhores médias que no interior. Aqui temos o Paradigma Positivista a relacionar a estrutura das classificações com a geografia, contra a opinião da generalidade dos especialistas em educação.
Em 2002, o então Ministro da Educação, David Justino, encomendou a seriação das escolas do ensino secundário à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL, que ordenou as escolas tendo em consideração as "classificações esperadas", "as classificações que teriam sido obtidas nos exames em cada escola se apenas as condições "exteriores" às escolas tivessem influído na obtenção das classificações; essas condições exteriores à escola respeitam ao meio socio-cultural de origem dos alunos" (Proposta de Seriação das Escolas do Ensino Secundário, Ano Lectivo 2001/2002, p. 3). Continuou a ser adoptado o Paradigma Positivista, mas como os cálculos não se baseavam na média aritmética simples, o professor Sérgio Grácio foi violentamente contestado pelo estudo que apresentou, e não teria ocasião de repetir a experiência. Desde então os jornais têm continuado a publicar apenas médias simples.
Recentemente, 15/OUT/2011, veio no EXPRESSO Cláudia Sarrico, avaliadora externa da equipa de avaliação de escolas da Inspecção Geral da Educação, porta-voz dos especialistas, que tem ideias semelhantes a Sérgio Grácio.
"Muitas das escolas que estão no topo dos rankings encostaram-se à sombra da bananeira. Estão num contexto socioeconómico favorável em que os alunos trariam boas notas em qualquer outra escola (...)"
https://sites.google.com/site/sociologiaemaccao/7-familia-e-escola/rankings
Como foi colocada a questão dos Paradigmas e Métodos de investigação, supomos que os investigadores têm liberdade para escolher, mas no caso dos rankings creio apenas que os jornais se interessaram pela Escola devido à escassez de notícias da silly season.
Podemos tentar acompanhar o trabalho de alguns alunos, pedindo-lhes que escrevam diários de bordo, complementados com entrevistas (método intensivo), para em função das suas justificações tentarmos explicar como o seu trabalho se reflecte nas classificações. Este é o Paradigma Interpretativo/Compreensivo, que do meu ponto de vista é bastante mais sério e trabalhoso que a estatística do Paradigma Positivista, tido por "objectivo", quando realmente o sucede é que a média objectiva e cristaliza as realidades.
Em vez de simplesmente investigarmos, podemos tentar intervir sobre a realidade, experimentando uma nova estratégia efectivamente adoptada numa das nossas turmas. Este será o Paradigma Crítico.
Em investigação combinam-se os diversos métodos e paradigmas. Para criar uma teoria em educação admito que a observação de estatísticas possa ser sugestiva, mas o acompanhamento de casos em profundidade também é.
Para testar a validade das teorias, convém que estas sejam testadas em amostras de dimensão razoável, o que nos conduz a utilizar técnicas características do Paradigma Positivista, talvez o único método que conseguimos interiozar como objectivo, uma vez que a linguagem da média aritmética simples também é talvez a única que entendemos.
À falta de uma melhor plataforma de pensamento, o que nos resta para mantermos a lucidez é ir fazendo as triangulações que o Jorge Soares refere.
Concretizando, em Portugal, o PÚBLICO começou a publicar os rankings de escolas, ordenando-as pelas médias de exame, em Agosto de 2001, sendo seguido posteriormente pela restante imprensa. É utilizado um método extensivo (quantitativo), que utiliza todas as classificações dos exames nacionais para no final produzir mapas que nos indicam que nas escolas do litoral, em concelhos com maior poder de compra e mais concorrência entre as escolas, os alunos têm melhores médias que no interior. Aqui temos o Paradigma Positivista a relacionar a estrutura das classificações com a geografia, contra a opinião da generalidade dos especialistas em educação.
Em 2002, o então Ministro da Educação, David Justino, encomendou a seriação das escolas do ensino secundário à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL, que ordenou as escolas tendo em consideração as "classificações esperadas", "as classificações que teriam sido obtidas nos exames em cada escola se apenas as condições "exteriores" às escolas tivessem influído na obtenção das classificações; essas condições exteriores à escola respeitam ao meio socio-cultural de origem dos alunos" (Proposta de Seriação das Escolas do Ensino Secundário, Ano Lectivo 2001/2002, p. 3). Continuou a ser adoptado o Paradigma Positivista, mas como os cálculos não se baseavam na média aritmética simples, o professor Sérgio Grácio foi violentamente contestado pelo estudo que apresentou, e não teria ocasião de repetir a experiência. Desde então os jornais têm continuado a publicar apenas médias simples.
Recentemente, 15/OUT/2011, veio no EXPRESSO Cláudia Sarrico, avaliadora externa da equipa de avaliação de escolas da Inspecção Geral da Educação, porta-voz dos especialistas, que tem ideias semelhantes a Sérgio Grácio.
"Muitas das escolas que estão no topo dos rankings encostaram-se à sombra da bananeira. Estão num contexto socioeconómico favorável em que os alunos trariam boas notas em qualquer outra escola (...)"
https://sites.google.com/site/sociologiaemaccao/7-familia-e-escola/rankings
Como foi colocada a questão dos Paradigmas e Métodos de investigação, supomos que os investigadores têm liberdade para escolher, mas no caso dos rankings creio apenas que os jornais se interessaram pela Escola devido à escassez de notícias da silly season.
Podemos tentar acompanhar o trabalho de alguns alunos, pedindo-lhes que escrevam diários de bordo, complementados com entrevistas (método intensivo), para em função das suas justificações tentarmos explicar como o seu trabalho se reflecte nas classificações. Este é o Paradigma Interpretativo/Compreensivo, que do meu ponto de vista é bastante mais sério e trabalhoso que a estatística do Paradigma Positivista, tido por "objectivo", quando realmente o sucede é que a média objectiva e cristaliza as realidades.
Em vez de simplesmente investigarmos, podemos tentar intervir sobre a realidade, experimentando uma nova estratégia efectivamente adoptada numa das nossas turmas. Este será o Paradigma Crítico.
Em investigação combinam-se os diversos métodos e paradigmas. Para criar uma teoria em educação admito que a observação de estatísticas possa ser sugestiva, mas o acompanhamento de casos em profundidade também é.
Para testar a validade das teorias, convém que estas sejam testadas em amostras de dimensão razoável, o que nos conduz a utilizar técnicas características do Paradigma Positivista, talvez o único método que conseguimos interiozar como objectivo, uma vez que a linguagem da média aritmética simples também é talvez a única que entendemos.
À falta de uma melhor plataforma de pensamento, o que nos resta para mantermos a lucidez é ir fazendo as triangulações que o Jorge Soares refere.
Subscrever:
Mensagens (Atom)